Wellington Luís Raad da Costa, 19 anos, é o assassino da professora universitária e assessora jurídica do Ministério Público Caroline Passos e seus filhos Marcelo (17 anos) e Vitória (11 anos). O bárbaro crime – que aconteceu na madrugada de terça-feira na casa das vítimas, no bairro Jardim Equatorial – chocou e assustou a população macapaense.

Wellington Costa

Wellington era amigo da família, chamava para Vitória de irmã e dizia que Marcelo era um dos seus melhores amigos. Frequentava assiduamente a casa das vítimas, onde era recebido como “gente de casa”. Aparentemente não tinha nenhum motivo para matá-las.
O assassino não tinha nenhuma passagem pela polícia. É um jovem aparentemente normal, não bebe, não fuma, não usa drogas. É estudante. E era bastante querido pela vizinhança. “Conheço este menino desde criança, nunca o vi fazendo nada de errado. Estou chocada, não consigo acreditar”, disse uma vizinha. “Esse garoto sempre me pareceu bom, estudava, ajudava o pai, era prestativo. Como é possível que tenha feito uma coisa dessas?”, falou um dos vizinhos.

Há dois dias ele já era tido como suspeito por apresentar um golpe na mão e marcas pelo corpo. A polícia sabia que cedo ele esteve na casa das vítimas e também estranhou o fato de mesmo sendo muito amigo das vítimas não ter comparecido ao velório.

Wellington foi chamado para depor. Inicialmente negou. Mas as provas periciais não deixaram dúvida. As digitais dele estavam na faca, no carro, nos objetos revirados na casa. Na cozinha do apartamento de Carol estavam as marcas das mãos dele sujas de sangue, pegadas dele sujas de sangue e fios de cabelos dele pela casa. Finalmente por volta da uma hora desta madrugada, ele confessou o crime.

De acordo com informações extra-oficiais, Wellington teria dito em seu depoimento que lembra muito pouco do que aconteceu naquela noite. Teria dito que cedo esteve na casa das vítimas e jogou vídeo-game. Mais tarde foi namorar, lanchou com namorada, deixou a menina na casa dela e foi para a casa dele. Como saiu de casa para voltar para a casa das vítimas não lembra. Mas lembra que depois de meia-noite estava tocando a campainha da casa de Carol e não se recorda quem abriu a porta. Disse lembrar-se vagamente de algumas facadas e que uma imagem forte que tem é passando a mão suja de sangue nos azulejos da cozinha. Disse que não sabe porque matou aquela família, mas fez tudo sozinho. Teria repetido várias vezes em seu depoimento que gostava muito das vítimas. Mas em nenhum momento mostrou arrependimento.

Sabe-se que antes do crime, Wellington assistiu dois filmes: Golpes Mortais e Efeito Borboleta. Sabe-se também que ele era vítima “bullying” (um tipo de violência psicológica muito comentado nos últimos tempos por ser muito frequente nas escolas), era apelidado pelos colegas de “peito de moça” porque tinha os peitos salientes e tinha complexo por causa disso, que, inclusive, não transava sem camisa. Filho adotivo, Wellington carregava o sentimento de revolta contra o pai biológico por quem sempre se sentiu rejeitado.

No Orkut tinha mais de 800 amigos e em seu perfil estava escrito: “ Os ventOs que as vezes tiram algO que amamOs, são os mesmOs que trazem algO que aprendemOs a amar… Por issO não devemOs chorar pelO que nos foi tiradO e sim, aprender a amar o que nOs foi dado. Pois tudO aquilo que é realmente nossO, nunca se vai para sempre…”
Há poucos minutos sua página no Orkut foi tirada do ar.

Wellington prestou depoimento na Promotoria de Investigações Criminais do Ministério Público. O depoimento terminou quase às 4h da madrugada. De lá, ele foi recambiado para uma delegacia de polícia.

Logo mais, às 9h, promotores, delegados de polícia e peritos da Polícia Técnica vão conceder entrevista coletiva à imprensa.

(A foto é uma repodrução da imagem capturada pelo cinegrafista Carlão, da TV Marco Zero, quando Wellington chegou à Promotoria de Investigações Criminais)