O distrito de Cupixi fica localizado a 43Km da sede do município de Porto Grande. No distrito vivem cerca de 270 famílias, lugar pacato, de gente tranquila. A maioria depende da agricultura e da pesca para sobreviver. Mas, há quase um ano, a tranqüilidade dos moradores do Cupixi acabou. O motivo pode estar na água do Rio Amapari. Muitas pessoas se queixam de coceira e de problemas intestinais depois que ingerem ou entram em contato com a água do rio.
Seu Moacir Ferreira, que mora na comunidade há quase 50 anos, suspeita que a água do rio esteja contaminada. O agricultor afirma que a contaminação é feita por mineradoras que atuam nas cidades vizinhas de Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio, e que estariam derramando produtos químicos em um igarapé, que deságua no Amapari.
Na unidade básica de saúde do distrito, a técnica em enfermagem de plantão não quis gravar entrevista, mas confirmou o aumento no número de pessoas que procuram o posto médico com coceira, vômito, diarréia e dor de barriga.
O rio Amapari é uma importante fonte de alimentos para os ribeirinhos que moram na comunidade de Cupixi, em Porto Grande. Mas, desde que a suspeita de contaminação do rio começou, há dez meses, o peixe tem ficado cada vez mais escasso. Moradores contam da dificuldade de se pecar, pois os peixes sumiram misteriosamente dos igarapés.
Preocupado com a situação, Moacir coletou assinaturas e encaminhou o documento à promotoria de Justiça de Porto Grande. Ele espera que o Ministério Público tome providências para punir quem está poluindo o rio. Assim, a sobrevivência dos peixes estará garantida. A saúde e o sustento dos moradores, também.
Texto: Gilberto Pimentel.
Adaptação: Wellington Costa.
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