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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sobre a prisão de Gilvan

Ex-senador foi preso ao comandar operação de aterro para desafogar o trânsito na Rodovia Duca Serra. Foi a primeira "obra" do "Governo Paralelo".

Texto retirado do site Jornal A Gazeta [http://www.jornalagazeta-ap.com/site/index.php?option=com_content&view=article&id=83:gilvam-e-preso-no-batismo-do-qgoverno-paraleloq&catid=8:noticia-secundaria]

O ex-senador Gilvam Borges (PMDB), que lidera a oposição no Amapá com o "Governo Paralelo", foi preso ontem (12) em Macapá pela Polícia Ambiental sob acusação de crime ambiental. Por volta de 17 horas, ele comandava uma operação de aterro para abrir uma via alternativa, ligando os bairros Marabaixo I e Marabaixo II, no intuito de desafogar o trânsito na Rodovia Duca Serra, zona norte da capital. Junto com Gilvam, foi preso o operador do trator. O maquinário também foi apreendido.


"O governo não faz, eu tenho que fazer", disse Gilvam, que foi levado ao Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) do Pacoval. Após a intervenção de políticos, inclusive o prefeito da capital Roberto Góes, Gilvam foi liberado às 21 horas. Ele foi carregado pelos correligionários que o aguardavam na frente do Ciosp. De acordo com lideranças políticas, a prisão do ex-senador foi desnecessária e revelou a intransigência do governo estadual para lidar com a oposição.

O prefeito Roberto Góes foi um dos primeiros a se manifestar, lamentando o fato. "A situação não precisava ter chegado ao extremo, a ponto de levarem preso o líder do 'Governo Paralelo'", enfatizou. "Estamos aqui prestando nosso apoio e deixamos claro que, se depender do nosso incentivo, as obras do 'Governo Paralelo' vão continuar", acrescentou o prefeito.

Confronto anunciado
O primeiro embate entre o Governo Paralelo e o governo do Estado era previsível. Mas ninguém esperava um desfecho extremo. Há 15 dias, Gilvam Borges havia protocolado um ofício no Palácio do Setentrião pedindo providências para resolver os graves problemas de um trecho da Rodovia Duca Serra. No documento, o ex-senador explicitou que se o governo estadual não tomasse a iniciativa, o Governo Paralelo entraria em ação.

Quando comandava a operação de aterro nas proximidades do bairro Marabaixo I, Gilvam Borges foi surpreendido por uma guarnição do Batalhão Ambiental. Sob a alegação de falta de licença ambiental, o ex-senador foi preso, junto com o operador do trator, que também foi apreendido. No Ciosp, Gilvam garantiu que possui a licença, que havia sido expedida pela Prefeitura de Macapá. O documento foi entregue pelo prefeito Roberto Góes.

Ao chegar ao Ciosp, Gilvam Borges classificou sua prisão de "perseguição" do governo. "Fui preso porque quero salvar vidas", declarou, lembrando que no ano passado ocorreram mais de 100 acidentes de trânsito com 15 vítimas fatais na rodovia Duca Serra. Ao ser liberado, por volta de 21 horas, Gilvam disse que sua prisão não vai frear o 'Governo Paralelo'. Nos próximos dias, ele pretende climatizar a Maternidade Mãe Luzia.


“Oligarquia covarde e truculenta”
A prisão de Gilvam Borges provocou uma grande movimentação em frente ao Ciosp do Pacoval. Além dos curiosos e correligionários do ex-senador, o prefeito Roberto Góes e vários parlamentares de oposição ao governo estadual estiveram na unidade policial prestando apoio a Gilvam, entre eles os deputados Edinho Duarte, Sandra Ohana, Marília Góes e o vereador Acácio Favacho.

“Estamos aqui para garantir que os direitos do líder do ‘Governo Paralelo’ não sejam violados”, afirmou Edinho Duarte. Ele contestou a versão a alegação de crime ambiental apresentada pela polícia. “O que aconteceu não chega a ser crime ambiental, uma vez que a obra ainda estava sendo iniciada à margem da Rodovia Duca Serra e pelo fato de Gilvam já ter providenciado a licença ambiental”, frisou.

No início da noite, a prisão de Gilvam Borges ganhou destaque na mídia nacional. Com o governador Camilo Capiberibe viajando, apesar da repercussão negativa da prisão na mídia nacional, a governadora em exercício, Doralice Nascimento, não se manifestou sobre o assunto. O posicionamento do governo estadual limitou-se a um comunicado da Polícia Militar.

A nota oficial da PM informou que o Batalhão Ambiental foi acionado pelo Centro Integrado de Operações da Defesa Social (Ciods), através de denúncia de populares e que “ao chegar no local constatou que Gilvam Borges, com o uso de um trator, estava aterrando uma área de ressaca, às margens da rodovia, sem a devida licença dos órgãos ambientais para efetuar tal procedimento”.
Ao delegado de plantão, Gilvam Borges esclareceu que a obra previa o aterramento da área para a construção de uma rotatória, com o objetivo de escoar o trânsito, além da instalação de um semáforo para garantir a segurança dos pedestres e motoristas.

Após ser liberado, Gilvam endereçou críticas contundentes ao governo. “Não podemos nos acovardar diante dessa oligarquia covarde e truculenta”, declarou, referindo-se à família Capiberibe. E prometeu que “ainda vamos inaugurar a sede do ‘Governo Paralelo’”.

Um comentário:

  1. Dionéver Pacheco Pereira13 de janeiro de 2012 às 10:01

    Sem querer adentrar no mérito político, devemos lembrar que estamos num estado democrático de direito. Ninguém será privado de sua liberdade, sem o DEVIDO PROCESSO LEGAL, salvo se preso EM FRAGRANTE delito. Usar a lei ambiental para respaldar um fragrante delito, chega a ser uma pilhéria jurídica.O crime ambiental só pode ser caracterizado através de laudos, estudos e pareceres de técnicos, e mesmo assim haverá um processo penal para tanto. Totalmente arbitrária a detenção para depoimento.

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